militares depois do exame de consciência, a actuação “porque ser soldado não é arrastar a espada, passar revistas, comandar exercícios, des

MILITARES DEPOIS DO EXAME DE CONSCIÊNCIA, A ACTUAÇÃO
“Porque ser soldado não é arrastar a espada, passar revistas, comandar
exercícios, deslumbrar as multidões com os doirados da farda - ser
soldado é dedicar-se por completo à causa pública, trabalhar sempre
para os outros”…”É assim que, por mais que espíritos desorientados
tenham querido obliterar as tradições d’honra do Exército, a profissão
entre todos nobre, foi, é e há-de ser sempre a militar…”.
Mouzinho de Albuquerque
(Carta ao Príncipe Real D. Luís Filipe)
É como se estivéssemos numa missa: exame de consciência feito1;
segue-se o assumir da condição de pecadores - a fim de participarmos
nos santos mistérios (o Culto da Pátria e o Dever Militar), de alma
lavada, imbuirmo-nos da Fé (as virtudes militares) e partirmos para a
acção… A eucaristia é, também, pôr em comum. Aqui vai.
Dois pontos prévios: muitas pessoas interrogam-se sobre o que fazer e
como fazer. Não tenho respostas concretas para cada um, pela simples
razão de que cada um de nós é diferente, tem uma visão diferenciada
das coisas e sente diferente. E cada homem, como bem dizia Ortega y
Gasset, é o homem e a sua circunstância.
Quem está em funções de responsabilidade tem que actuar - segundo as
suas crenças e as regras e valores em que se move e foi formado e as
suas capacidades. O Comandante do Costa Concórdia actuou de uma
maneira (por sinal, inadequada e inaceitável – que qualificaria como o
“ar do tempo”); outros fariam de modo diferente. Pode-se apenas
elencar hipóteses e discuti-las em termos académicos. Já lá iremos.
O outro ponto tem a ver que o que vamos sugerir nada ter a ver com
qualquer acção armada, golpe de estado ou “quartelada”. Não que uma
eventualidade destas deva ser posta de lado a 100%, mas porque a mesma
só deve ser encarada em último recurso, quando a situação política e
social for de caos, incontrolável de outra forma. Ou seja quando as
FAs (se ainda existirem como tal), forem o único recurso para salvar a
Nação de si própria.
Entre 1817 e 1974 apenas divisamos duas situações (e meia) - das
várias havidas - em que tal se justificou. É o que acontece sempre que
não se antecipa ou resolve os problemas atempadamente.
Com isto dito, é mister afirmar uma outra coisa: na natureza humana
coabitam três coisas, aquilo que se pensa, aquilo que se diz e aquilo
que se faz. É muito pouco usual que as três coincidam… Ora esta
prática é levada ao extremo na vida política.
Seria bom que os militares começassem por marcar a diferença neste
particular, ou seja deve fazer-se o que se diz e dizer o que se pensa.
Este tem sido a pedra de toque do mau relacionamento político-militar.
Ainda uma última coisa: as chefias militares têm que conseguir e saber
conduzir-se entre várias “lealdades”, a saber: devem lealdade ao
governo que os indigita (e resta saber hoje em dia os compromissos
que, eventualmente, acordam com o MDN para serem escolhidos para
futuros chefes…); devem lealdade ao PR que os nomeia; devem lealdade à
Instituição Militar, que está antes deles e para além deles, devem
lealdade aos seus pares, como camaradas de armas; devem lealdade às
tropas pois só assim se manterão os elos de coesão da grande família
militar e se poderá ter uma força armada que se bata bem e, também,
porque eles estão na primeira linha dos sacrifícios que podem derivar
de uma ordem sua; finalmente devem uma lealdade maior à sua Nação,
donde emanam e cuja Defesa justifica a sua existência.
Não é fácil, mas tem que ser conseguido. Exige muito saber e muito
carácter.
Com este pano de fundo vamos elencar várias modalidades de acção
passíveis de serem usadas, quando a situação exige medidas
excepcionais. Escusado será dizer que vivemos um desses momentos, já
que a Segurança Nacional está em perigo; a sobrevivência das FAs está
em causa e a sua dignidade e operacionalidade foi gravemente afectada.
Em primeiro lugar nenhum chefe militar deve fazer algo isoladamente. A
união faz a força.
Não vale a pena um qualquer chefe militar demitir-se (embora razões de
consciência o possam justificar). A fazerem-no deve ser em bloco e de
preferência com a garantia de que ninguém irá ocupar o lugar a seguir
(já aconteceu em França); é preferível que vão à luta do que abandonar
o barco, como o Comd. Schetini.
Outra modalidade é apresentarem-se os quatro (de preferência com os
Conselhos do Ramos atrás) ao Presidente da República e afirmarem a
situação como insustentável e intolerável.
Os chefes militares dão uma conferência de imprensa e expõem a
situação ao país.
A imagem e a autoridade do Estado não ficam em causa, pela simples
razão que o Estado não tem autoridade há muito; a única coisa que
ainda faz é passar multas de trânsito e cobrar impostos (o que duvido
vá conseguir fazer por muito tempo). Se dúvidas houvesse basta reparar
termos por aí engravatados que deambulam por baixo das arcadas
orientais do Terreiro do Paço e não são turistas. A falta de vergonha
é tanta que se fala deles (a Troika) como se estivéssemos a combinar
tomar um chá. Ainda não vi, também, ninguém com responsabilidades
militares, incomodado com o facto. Nem quando mandaram cortar 10.000
homens aos efectivos. Eu sinto-me violentado, vocês não?
Outra modalidade de acção é o de propor um referendo nacional sobre a
existência ou não de FAs. Não podemos andar constantemente a brincar
com coisas sérias.
Por outro lado se não há dinheiro para tudo, não se podem manter todas
as capacidades ou cumprir todas as missões definidas. Mas isto tem que
ser assumido pelo Poder Político e não dirimido pelos chefes
militares, que se devem limitar a dar a sua opinião técnica e
estratégica.
E tem que ficar preto no branco de quem é a responsabilidade, para um
dia em que algo corra mal, as culpas não serem atiradas (como é
costume) para cima dos militares. Paralelamente convém ter informação
fidedigna das “contas” dos outros ministérios e daquilo que se tem
(mal) gasto para esfregar na cara dos senhores políticos. Isto de ser
só a tropa a ter que dar o exemplo, já chega!
Senhores generais e senhores almirantes, toda a gente sabe que os
tempos são de crise (são quase sempre….), que tudo é difícil e
complexo, mas a questão é esta: passar a vida a fazer memorandos e
informações mais ou menos violentos, cujo destino é a gaveta ou o
cesto dos papéis, está demonstrado ser curto e não fazer mais nada,
deixou de ser opção.
Façam algo antes que tudo piore e, por favor, discutam,
desentendam-se, andem ao murro, mas para fora falem a uma voz.
Quando se colocou a questão do regime (República ou Monarquia), os
vossos antecessores, deixaram a Carbonária infiltrar e subverter os
quartéis (sobretudo a nível de sargentos e cabos), e quando houve
tiros nas ruas, baralharam-se (para não dizer mais) e deixaram cair a
Monarquia duma maneira muito pouco compatível com o Dever Militar.
Mesmo com o caos nas ruas - que culminava uma guerra civil de 100 anos
- foi preciso serem os tenentes a empurrarem os generais da altura,
para fazerem o 28 de Maio; e quando se chegou a 1974, deixaram-se
ultrapassar completamente pelos capitães. Isto para só falar destes
três casos.
Ao menos tentem aprender com o passado.
Já não seria nada mau. 2
João José Brandão Ferreira
TCor/Pilav(Ref.)
1 Dois artigos anteriores.
2 No próximo; o que as tropas podem fazer.
3

  • 1 DATOS PERSONALES ALUMNOA NOMBRE APELLIDOS ETAPA NIVEL F
  • MATERIA FÍSICA GENERAL I CARRERA FÍSICA MEDICA PRACTICA 3
  • ELŐADÁSON ELHANGZOTT ISMERETEK ÖSZEFOGLALÁSA A SZÁMOLÓTÁBLA LÉNYEGE MILYEN JELLEGŰ
  • APPENDIX LONDON BOROUGH OF CROYDON GATING ORDER POLICY AND
  • MUNKAVISZONY KÖZÖS MEGEGYEZÉSSEL TÖRTÉNŐ MEGSZÜNTETÉSE IRÁNTI KÉRELEM (TÁJÉKOZTATÓ JELLEGŰ
  • LEXISNEXIS TOTAL PATENT 全球专利数据库 登录说明 LEXISNEXIS TOTAL PATENT的登录网址是: HTTPSORIGINWWWLEXISNEXISCOMTOTALPATENTSIGNONFORMDO
  • ESTRUCTURAS DE LEWIS Y LA CARGA FORMAL CUANDO SE
  • IRODALOM ÉRETTSÉGI TÉMAKÖRÖK A 12 B ÉS 12 E
  • BUENOS AIRES – ARGENTINA 10 AL 12 DE NOVIEMBRE
  • AFTERSCHOOL SNACK PROGRAM ONSITE REVIEW NOTE SCHOOL FOOD AUTHORITIES
  • TÜRK SİLAHLI KUVVETLERİ JANDARMA GENEL KOMUTANLIĞI SAHİL GÜVENLİK KOMUTANLIĞI
  • 14 UCHWAŁA NR 851XXXVI2005 RADY MIASTA LUBLIN Z
  • APSTIPRINU ĶEKAVAS NOVADA PAŠVALDĪBAS SPORTA AĢENTŪRAS DIREKTORE DCĪRULE 2021GADA
  • BESLUTNINGSPROTOKOL D IANALUND VANDVÆRK BESTYRELSESMØDE ONSDAG DEN 20
  • NUESTRO CÍRCULO AÑO 10 Nº 514 SEMANARIO DE AJEDREZ
  • STRAIGHT CONNECTOR 16 OIR POSDRU REGIUNEA VEST NR1275802112020 REZULTATUL
  • BABY SHARK SUBMARINE + MORE NURSERY RHYMES & KIDS
  • TÍTULO DE LA CONTRIBUCIÓN TÍTULO DE LA CONTRIBUCIÓN AUTOR1AB
  • RÖPLABDA MÉRKŐZÉS JEGYZŐKÖNYV VEZETÉSE A JEGYZŐKÖNYV SZABÁLYSZERŰ VEZETÉSE
  • V Z O R POZNÁMKA VE STANOVÁCH JE
  • WWWEZKRACHOPIRATASORG EL DISCO DURO TABLA DE CONTENIDO INTRODUCCION 1
  • PRENEHANJE DRŽAVLJANSTVA REPUBLIKE SLOVENIJE PRENEHANJE DRŽAVLJANSTVA REPUBLIKE SLOVENIJE JE
  • MSIPWM75504BA2B39B2867AF0A2CFE REPÚBLICA DE COLOMBIA INSTITUTO COLOMBIANO DE BIENESTAR FAMILIAR
  • UNIDAD 1 MI AVANCE SOMOS PERSONAS MI AVANCE UNIDAD
  • ESI FUND GUIDANCE ON FINANCIAL INSTRUMENTS CPR ARTICLE 41
  • ENSURING PARTICIPATION IN CHOICE BASED LETTINGS A STRATEGY TO
  • SKUPINA STARŠEV OTROK Z ADHD V ŠOL LETU 201516
  • INSTRUCCIÓN PARA LA MEJORA Y AGILIZACIÓN DEL PROCEDIMIENTO DE
  • NOVEMBER 1325 FEMA EMERGENCY MANAGEMENT HIGHER EDUCATION PROJECT WEEKLY
  • M 18 GUIDE FOR MANAGERS HOW TO CONSIDER REASONABLE